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TIRO GAÚCHO TEVE DOIS INTEGRANTES NA EQUIPE QUE CONQUISTOU AS PRIMEIRAS MEDALHAS OLÍMPICAS DO BRASIL

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O Rio Grande do Sul marcou presença nas primeiras conquistas do Brasil nos Jogos Olímpicos, que neste domingo (2) completam 100 anos. Na Antuérpia, em 1920, dois dos cinco integrantes da equipe de tiro pistola livre, que terminou com a medalha de bronze, eram representantes do Centro Cultural e Desportivo Tiro 4, fundado em fevereiro de 1906, pelo coronel Germano Steigleder. 

Inicialmente instalado no bairro Floresta, o Tiro 4 se mudou para Teresópolis e hoje em dia segue na zona sul de Porto Alegre, mais precisamente no bairro Belém Novo. A associação foi uma das pioneiras do esporte que chegou ao Brasil no final do século 19, através dos imigrantes europeus, que acabaram por fundar muitos clubes de caça e pesca, sendo o Tiro Nacional, em 1889, o primeiro deles. 

Para se ter ideia da importância gaúcha na modalidade, a Confederação do Tiro Brasileira (atual Confederação Brasileira de Tiro Esportivo), subordinada ao Exército Brasileiro, seria fundada somente em setembro de 1906, 17 anos depois do Tiro Nacional e sete meses após o Tiro 4.

Entre os atletas do clube gaúcho estavam o médico Dario Barbosa, nascido em 21 de julho de 1882, em Porto Alegre, que participava com frequência de competições nos países vizinhos da América do Sul segundo relato do Comitê Olímpico do Brasil.

Não existem muitos dados disponíveis sobre o primeiro gaúcho medalhista olímpico. Na Antuérpia, além de integrar o time que garantiu o bronze, ele ainda fez parte da equipe de tiro rápido (revólver) 30m que ficou em quarto lugar e por apenas nove pontos não garantiu mais um pódio. Em sua única prova individual, a pistola livre, ele foi o 23º colocado.

Dario Barbosa morreu em Porto Alegre, em setembro de 1965, aos 83 anos Em novembro de 2016, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul entregou o Prêmio Mérito Olímpico e ele foi um dos homenageados. Sua sobrinha, Gilda Barbosa, recebeu a honraria em nome da família.

Alemão-brasileiro

O outro gaúcho da delegação brasileira não nasceu no Rio Grande do Sul. Sebastian Wolf era de Goenweintein, cidadezinha localizada no sul da Alemanha. Filho de Konrad Wolf e Anna Maria Clarz Belzer, que após ficar viúva se casou com o zoólogo Hermann Friedrich Albrecht von Ihering.

A família se mudou para o Brasil, mais precisamente para Taquara do Mundo Novo, na então província do Rio Grande do Sul, em 1880. Nas novas terras todos adquiriram cidadania brasileira e Sebastião ajudava o padrasto nas pesquisas com pássaros e peixes e também nas publicações sobre o tema.

Habilidoso, ele se tornou um dos mais famosos atiradores da época. Em 1910, Wolf participou do primeiro concurso internacional de tiro na América do Sul: uma competição comemorativa pelo Centenário da Independência da Argentina. Cinco anos depois se sagraria campeão brasileiro, derrotando os futuros companheiros de seleção Afrânio da Costa e Guilherme Paraense.

Uma outra atividade de Sebastião Wolf era uma fábrica de biscoitos. “Meu avô montou uma fábrica de biscoitos e pôs o nome de uma de suas bolachas de Maria, em homenagem à minha avó, Maria Berta. Ele era boêmio, gostava de festas e de desfrutar a vida”, contou a neta Neuza, em entrevista ao Diário de Pernambuco em 2013.

Na Antuérpia, ao conquistar o bronze com a equipe de tiro, Sebastião Wolf, estabeleceu uma marca que perdura até hoje. Ele é brasileiro mais velho a ganhar uma medalha olímpica, com 51 anos 5 meses e 29 dias. Ele morreu em 2 de março de 1936, em Porto Alegre, aos 67 anos.

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